Como polêmica sobre estátua em templo fez crescer número de seguidores de Lúcifer no RS

  • 02/12/2025
(Foto: Reprodução)
Templo com estátua de Lúcifer segue interditado há mais de 1 ano no RS A polêmica em torno da estátua de Lúcifer, que começou há mais de um ano com a tentativa frustrada de inaugurar um templo em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, mudou o destino da Nova Ordem de Lúcifer na Terra (N.O.L.T). O grupo, que tinha cerca de 100 seguidores no Brasil em 2024, viu esse número quase dobrar após a repercussão nacional do caso, mesmo diante de ameaças e da interdição do espaço. Segundo o Mestre Lukas de Bará da Rua, um dos representantes da Nova Ordem, hoje a soma está entre 180 e 200 integrantes. (conheça mais abaixo) 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp No início, as mensagens que ele recebia eram de ódio: ameaças de morte, promessas de incêndio e até de decapitação. “Parecia que estávamos na Inquisição”, relembra o Mestre Lukas. 🔍 A Inquisição foi um sistema de tribunais religiosos criado pela Igreja Católica, com apoio dos Estados, para investigar e punir práticas consideradas contrárias à fé católica. No Brasil, entre os séculos XVI e XVIII, perseguiu milhares de pessoas, aplicando penas que iam de multas e prisão até morte na fogueira. No entanto, com o tempo, ao longo deste ano, os ataques diminuíram e surgiram manifestações de apoio. “A maior parte dos comentários são de pessoas dizendo: 'eles têm o direito', 'o Estado é laico', 'deixa eles trabalharem'", revela. Estátua de Lúcifer, em Gravataí André Ávila/ Agencia RBS Para o líder, a tentativa de impedir o funcionamento do templo deu visibilidade à ordem: “A Prefeitura acha que está nos atrapalhando e pelo contrário, ela está nos dando espaço para falar sobre a nossa ordem, falar a nossa visão sobre Lúcifer", diz. Sem poder usar o santuário em Gravataí, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, os encontros dos membros ocorrem de forma reservada em outros locais, inclusive em cidades vizinhas. Processo na Justiça Após a interdição em agosto de 2024, o grupo iniciou imediatamente o processo para obter a licença. Primeiro, o grupo tentou enquadrar o templo como "povo de terreiro". Depois, como instituição. Segundo o representante da Nova Ordem, ambos os pedidos foram negados. “A Prefeitura disse que [o processo administrativo para concessão do alvará] estava cancelado porque o Conselho do Povo de Terreiro não estava devidamente homologado e por isso não poderia nos fornecer o alvará. É curioso que esse Conselho liberou mais de 500 alvarás e só o meu foi cancelado”, relata. O caso ganhou um novo capítulo em setembro de 2025. A Justiça concedeu parcialmente um mandado de segurança impetrado por Lucas Alves Martins — nome completo do Mestre Lukas — determinando que a Prefeitura reabra o processo administrativo, que havia sido encerrado sob alegação de duplicidade de pedidos. Estátua de Lúcifer, em Gravataí André Ávila/ Agencia RBS Na decisão, o juiz apontou falta de fundamentação legal para o indeferimento e afirmou que não existe norma que impeça a tramitação simultânea de dois pedidos de licença para atividades religiosas no mesmo endereço. A sentença não concede automaticamente o alvará. Desta forma, a análise dos requisitos seguirá na esfera administrativa. A Prefeitura recorreu, e o processo está sujeito a reexame necessário, o que significa que será analisado por uma instância superior antes de decisão definitiva. Enquanto isso, a interdição permanece. Ao g1, a gestão municipal informou que "aguarda o julgamento dos embargos declaratórios apresentados pela Nova Ordem". O terreno interditado Estátua de Lúcifer, em Gravataí André Ávila/ Agencia RBS A cerca de 15 quilômetros do centro de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o terreno onde foi instalada a estátua de Lúcifer está sem manutenção e abandonado. No local, há também uma casa que antes guardava mais de 200 imagens ligadas à Nova Ordem de Lúcifer na Terra (N.O.L.T). Hoje, está vazia. As peças foram levadas para outros endereços, onde os encontros ocorrem de forma discreta. Por determinação judicial, qualquer atividade no espaço interditado pode gerar multa diária de R$ 50 mil. A estátua Estátua de Lúcifer, em Gravataí André Ávila/ Agencia RBS A estátua de Lúcifer tem cinco metros de altura (contando com o pedestal), pesa uma tonelada e custou R$ 35 mil, pagos por integrantes da ordem. Mestre Lukas de Bará da Rua afirma que a estátua deve contar com uma iluminação especial caso for inaugurada. A imagem de Lúcifer foi produzida em cimento por um ateliê e, segundo o religioso, retrata a dualidade do homem humano e do esqueleto, com pés e asas, representando o espírito da divindade. Mestre Lukas afirma ter sonhado com a imagem para concebê-la. O projeto contou com o apoio de um engenheiro. "Para nós é algo sagrado. Eu tenho uma história de 21 anos dentro da religião. A gente tem feito um trabalho de conscientização, para demonstrar a força que a nossa religião tem", comenta. Noltismo A Nova Ordem de Lúcifer na Terra (N.O.L.T.) foi oficializada pelos fundadores do templo no último ano. De acordo com o Mestre Lukas de Bará da Rua, o noltismo tem dogmas próprios, prega o culto aos demônios e uma nova interpretação da espiritualidade luciferiana. Os seguidores são chamados de noltistas ou daimomantes, termo derivado da união entre daimon (entidade espiritual interior) e amantia (estado de entrega ritual), explica Lukas. "O noltismo não é apenas mais um movimento. É agora uma religião e uma casa simbólica para os que caminham com o Lúcifer vivo. E todos estarão convidados a entrar", afirma o religioso. Apesar de estar associado ao diabo e ao "mal", o nome de Lúcifer é, para os noltistas, uma "manifestação simbólica de transformação, conhecimento e libertação". Quem é Mestre Lukas Mestre Lukas ao lado do monumento de Exú, também erguido em Gravataí Reprodução/Facebook Natural de Gravataí, Mestre Lukas de Bará da Rua é um mestre de quimbanda independente e trabalha com cartas e búzios negros. Em maio do último ano, o religioso atuou na criação de um monumento dedicado a Exu no município. Lukas conta que decidiu fundar a ordem para poder trabalhar com as figuras de demônios. "A gente resolveu tratar fora da casa [de quimbanda] porque existe um preconceito muito grande quando se fala de demônios", diz. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/12/02/como-polemica-sobre-estatua-em-templo-fez-crescer-numero-de-seguidores-de-lucifer-no-rs.ghtml


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